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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ESPECIAL CARNAVAL
Guia de sobrevivência para micaretas

Desfiles, bailes, orgias... Existem muitas opções do que se fazer no carnaval, de acordo com seus gostos e possibilidades econômicas. Ano passado eu participei do carnaval de São Luis do Paraitinga e aquele pareceu ser o tipo ideal para mim: blocos de rua, marchinhas com letras incompreensíveis, cidade pequena e botecos baratos. Mas a falta de dinheiro e a ira do próprio Deus em pessoa impediram que eu repetisse de opção em 2010 e fui obrigado a escolher por uma viagem mais acessível: o carnaval de Cerquilho.

Não me levem a mal, eu estava satisfeito com isso, mas é que o estilo deste carnaval me deixou um pouco inseguro. O que acontece lá é algo semelhante a uma micareta, você sabe, trios elétricos, música ruim, abadás e gente suada que pode se utilizar de truculência para te agredir ou para te amar.

É. Isso aí

Porém, minha experiência foi bem sucedida e agora ofereço algumas dicas para você que pode acabar perdido num role desses. Seguindo esse manual você não apenas conseguirá divertir, como também irá evitar DST’s e lesões corporais graves.

Música: Relaxe e deixe seu lado trash aflorar

Ok, é um item muito óbvio, mas vale a pena reforçar: a música que toca por aqui é horrível, muito ruim mesmo, puta que pariu. Pense na seqüencia Claudia Leite, Chiclete com Banana, Inimigos da HP, algum funk de putaria aleatório, Inimigos da HP tocando cover de Mamonas Assassinas e Ivete Sangalo. Agora pense nesse playlist sendo repetindo milhares de vezes pela noite toda. É isso que você vai ouvir. Mas não deixe seu senso critico arruinar sua diversão. Invente coreografias patéticas, faça paródias engraçadinhas das letras e deixe o que há pior de você em termos musicais emergir e aproveitar a balada. Talvez você dê sorte e ouça algum pagodão anos 90 ou a Macarena e se divirta pra valer. Para facilitar o processo, recorra a ele, o álcool. O que nos leva ao nosso próximo item.

Bebidas: Pechinche e aposte nas pingas de metro

A minha estratégia para arruinar a sobriedade era a seguinte. Chegar ao carnaval de rua com um drink preparado em casa, no caso um podrão numa garrafa de Gatorade (podrão = Pinga + Tang + água). Garrafa esvaziada, as opções de compra no local eram 2 latas de cerveja por 5 reais, vodka com energético por 5 reais e as famosas pinga de metro, 2 por cinco reais. As pingas de metro são comumente associadas a micaretas e a gente de camisa regata, mas eu acho isso muito injusto. É uma forma bem decente e divertida de se intoxicar. Eu não sou médico nem nada, mas algo em prender a respiração e sugar cachaça colorida pra dentro do seu organismo faz com que o “grau” chegue mais rápido. Uma dica importante: Sempre tente pechinchar, principalmente no final da noite. Nessas horas é quase certeza que vai dar certo, os vendedores vão estar loucos pra se livrar da mercadoria.

Pegação: Um retorno aos tempos neolíticos

Sim, esse é um ambiente de promiscuidade. Promiscuidade em série, eu diria. Ao beijar alguém, saiba que você estará beijando nove pessoas por tabela. Isso é um fato cientifico. O excesso de pessoas no mesmo lugar, o calor, suor e a ebulição hormonal tornam o ambiente propício para pegadas relâmpagos, abusos sexuais e nenhuma, nem mesmo remotamente, troca de idéias interessante. São os tempos das cavernas de volta! Se você é mulher, prepare-se para ser puxada, agarrada e descabelada. Se você tiver sorte e encontrar um Romeu, você poderá ser cortejada através de citações inspiradas como: “E ai, tem jeito?” ou “Chega mais”. Se você é homem, bem, prepare-se para puxar, agarrar e descabelar meninas, por que aparentemente, é isso que funciona. Mas cuidado, nesse ritmo frenético você pode acabar apalpando “objetos estranhos” (tipo um pênis... de um homem). Agora, se você namora... que porra você ta fazendo aqui? Retardado.

Brigas: Não banque o herói e se divirta com os imbecis

Este era o item que mais me preocupava. Você pode ter uma certeza sobre um local que acumula centenas de mulheres “acessíveis” e um bando de bombadinhos que amarram bandanas em seus bíceps: pessoas irão brigar, como bisões enfurecidos batendo cabeça sem nenhuma razão lógica pra isso. Eu não sou exatamente um cara forte e também não tenho grandes habilidades marciais. Também não sou muito corajoso e geralmente não estou muito disposto a lutar para justificar meu orgulho macho.

Logicamente, a possibilidade de ficar na mira de um punho anabolizado não me era muito agradável. Mas logo meus medos foram dissipados, por quê: 1° - você realmente tem que provocar alguém pra se meter em confusão, tipo, passar a mão na bunda da namorada de alguém, ou na bunda do próprio cara. 2°- é verdade que tem certos tipos que só estão lá pra brigar e tal, mas eles só o farão se você der algum motivo. Peça desculpas se alguém te empurrar, saia de perto se você ver que a coisa pode ficar feia e não banque o machão, porra! Esses caras andam em bando e são covardes o bastante pra chutar alguém caído no chão.

Dito isso, eu posso assegurar que uma das coisas mais hilárias desse carnaval foi assistir a um bando de neandertais cujos Q.I’s somados não alcançariam três dígitos se digladiando por uma menina que não conseguiria trabalho nem em um vintão da Cracolândia. Isso até chegarem os seguranças e enxerem todos eles de porrada. Garantia de risadas, minha gente.

Bom, acho que essas são as principais dicas que posso dar. Fora isso, siga as regras de etiqueta básicas que você segue em qualquer lugar. Coisas como não urinar em meio a uma multidão, não jogar voleibol com uma camisinha cheia de cerveja próximo a um destacamento da guarda civil, e resistir a tentação de atirar objetos nos otários que ficam em cima dos trios elétricos. Relaxe, aproveite, ignore a voz do bom senso e garanta uma boa diversão.

Ah é, e use camisinha. Isso se você tiver sorte o bastante pra isso, perdedor.

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